O Histórico da Gastronomia no Mundo e no Brasil: Uma Viagem que Transforma o Nosso Prato
Olá! Hoje eu quero te convidar para uma viagem deliciosa — e sem sair do lugar. Então vamos juntos percorrer o histórico da gastronomia no mundo e no Brasil?
A origem da palavra gastronomia vem do grego gaster (ventre, estômago) e nomo (lei), que pode ser literalmente traduzida por as leis do estômago. Então a Gastronomia é a arte de combinar os alimentos e extrair deles o sabor soberano buscando acentuar os sentidos.
Então vamos aprender mais sobre o histórico da gastronomia no mundo e no Brasil. Te prometo que esse não será um texto chato e técnico, mas sim uma conversa gostosa sobre como a comida moldou (e ainda molda!) a nossa cultura, identidade e até mesmo a nossa forma de viver.
E já te adianto: se você curtir essa leitura, comenta aqui e compartilha com quem ama gastronomia e história. Afinal, comida boa é feita para ser compartilhada, não é mesmo? 🍲💬
Histórico da Gastronomia no Mundo e no Brasil na pré-história
A gastronomia teve seu início na pré-história, iniciando-se provavelmente no período paleolítico, assim que o homem primitivo descobriu o fogo e começou a caçar.
O homem descobriu que cozinhando podia restaurar o calor natural da caça, acrescentando-a sabor e tornando-a mais digerível.
Além disso, ele sobservaram que as temperaturas altas do fogo liberam sabores e odores, ao contrário do frio. Percebeu ainda que ao colocar no fogo a carne retardava a decomposição dos alimentos, prolongando o tempo em que podiam ser consumidos. Foi assim que nasceu a primeira técnica de conservação.
Eles viviam em pequenos grupos e permaneciam em uma determinada região enquanto tivessem frutas, legumes, peixe ou caça. Então os cereais passaram a ser torrados sobre as brasas na pedra, enquanto que as carnes, aves e pescados, eram defumados ou secos por exposição ao calor do fogo.
Mais tarde, as carnes foram secas por exposição ao sol, como também as frutas e os vegetais. Outro detalhe importante é que o cultivo da terra, assim como a fabricação de utensílios de cerâmica e fornos, implicavam o estabelecimento de um núcleo habitacional fixo de uma comunidade.
Então foi aí que começou a história da gastronomia: quando o ato de comer deixou de ser puro instinto e passou a ser, também, uma escolha.
Histórico da Gastronomia no Mundo e no brasil na Idade antiga
O comércio precisou ser criado, já que nem todos dispunham de todas as ervas, legumes ou carne. Então o homem passou a fazer escambo e começou assim a negociar esses ingredientes nas aldeias.
Foi nessa época em que surgiu o pão, criado pelos egípcios há mais de 6 mil anos e durante muito tempo foi a base da alimentação em todas as classes sociais ocidentais.
Você sabia que no antigo Egito este pão pagava os salários dos camponeses que ganhavam três pães e dois jarros de cerveja por dia de trabalho!
Na Grécia o pão ganhou um toque mais refinado e era acrescentado à massa ervas, sementes aromáticas, óleos vegetais e frutas.
📌 Esquema: A Evolução Gastronômica da Humanidade
Cada etapa trouxe novas técnicas, sabores e, claro, conexões entre os povos.
1. Idade antiga na Grécia
A confeitaria da Grécia Antiga baseava-se no uso do trigo, mel, azeite e diversos aromatizantes, tais como: pinhões, nozes, tâmaras, sementes de papoula e amêndoas e, muito parecida com o que se encontra hoje no norte da África e no Oriente.
Na Grécia, nessa época, não existia a figura do cozinheiro, quem cozinhava eram os escravos, e em ocasiões especiais quem colocava a mão na massa e preparava as refeições era o próprio anfitrião.
Com o passar do tempo surgiram os padeiros, que foram ganhando destaque e aos poucos acabaram virando também cozinheiros. Os utensílios de cozinha, que antes eram primitivos, passaram a ser aperfeiçoados.
2. Idade antiga – Romanos
Os romanos, entretanto, ultrapassaram os gregos e criaram uma cozinha variada e refinada.
Normalmente os jantares eram divididos em duas partes:
- na primeira parte, a refeição propriamente dita, tudo era colocado sobre a mesa para cada um escolher o que quisesse;
- na segunda parte trocavam-se as mesas e todos bebiam vinho e comiam frutas secas, nozes e azeitonas.
Então a medida que os romanos enriqueciam também aumentavam os excessos à mesa. Foi a partir daí que começaram a surgir os famosos banquetes.
Os cozinheiros destes banquetes eram figuras conhecidas e prestigiadas como artistas e recebiam grandes salários. Também podemos destacar nessa época o surgimento da figura do chefe de cozinha.
Histórico da Gastronomia no Mundo na Antiguidade aos grandes impérios
Enquanto lia e estudava sobre gastronomia, sempre me chamou atenção como, ao longo da história, a comida esteve diretamente ligada ao poder. Na Antiguidade, por exemplo, os egípcios já faziam pães e cervejas; os gregos realizavam banquetes; e os romanos eram famosos pelos seus exageros gastronômicos, com pratos exóticos como flamingo assado! 😳
Mas o que mais me marca é perceber como, desde essa época, a gastronomia já expressava status, cultura e até religião.
📊 Gráfico: Ingredientes que marcaram civilizações antigas
Civilização | Ingrediente símbolo |
---|---|
Egípcios | Trigo e cevada |
Gregos | Azeite de oliva |
Romanos | Garum (molho de peixe) |
Chineses | Arroz |
Indianos | Especiarias (cúrcuma, cardamomo) |
Histórico da Gastronomia no Mundo na Idade Média: entre o luxo e a escassez
A Idade Média foi um período marcado por muitas guerras e muita fome, quando a igreja era poderosa e rica. Foi nessa época ocorreu o surgimento da nobreza feudal. Então podemos dizer que na Idade Média se caracteriza por 1000 anos de:
- Grandes tempestades
- Invernos rigorosos
- Epidemia (peste negra)
- Ignorância e medo
Nesta época, os monges desenvolveram a arte da cozinha: eles simplificaram a preparação dos alimentos e melhoraram a qualidade dos produtos. Aprimora a qualidade dos vinhos e cervejas nos Mosteiros (utilizados na eucaristia e também na mesa dos monges).
Também eram responsáveis pela produção dos doces, o que explica o fato de alguns doces terem nomes de santos, como é o caso da torta de origem francesa Saint Honoré.
Faziam bastante o uso de temperos e especiarias, como: pimentas, noz-moscada, gengibre, canela, cravo, sementes de girassol, cominho, hortelã, cebolinha e açafrão.
A noz-moscada, a pimenta do reino e o açúcar eram usados apenas pelos reis e pelos ricos senhores, pois eram muito caros.
O peixe era a base da alimentação por ser barato. Além disso, a carne era mais prestigiosa e mais cara que os grãos e os vegetais. Os mais populares tipos de carne eram de porco e frango, enquanto a carne bovina, que exigia um maior investimento em terras, era menos comum.
Então como vocês puderam ver na Idade Média, a gastronomia seguiu dois caminhos bem distintos pois enquanto os nobres faziam banquetes com carnes, queijos e vinhos, os camponeses viviam à base de mingaus e pães escuros.
Nesse período, as especiarias do Oriente começaram a despertar o interesse europeu. Foi essa busca que impulsionou as grandes navegações e, consequentemente, a globalização da gastronomia.
Histórico da Gastronomia no Mundo na Idade Moderna
O movimento denominado Renascimento e expansão marítima influenciaram bastante na gastronomia. Esse movimento se iniciou na Itália e se espalhou pela Europa, foi um importante movimento de ordem artística, cultural e científica que se deflagrou na passagem da Idade Média para a Moderna.
O renascimento apresentou um novo conjunto de temas e interesses aos meios científicos e culturais de sua época. Os grupos de elite e o clero passaram a ter acesso ao conhecimento.
Na gastronomia, desprezava-se a ostentação exagerada e dava-se mais importância a qualidade, preparações requintadas. Surge as primeiras cartilhas de boas maneiras e etiqueta. Além dos primeiros livros impressos de cozinha.
O descobrimento de novas terras, a colonização, o intercâmbio de povos distintos em terras diferentes acabou favorecendo a troca de ingredientes, permitindo o enriquecimento cultural e gastronômico. Então nessa época, graças às plantações de cana-de-açúcar na América o açúcar fica mais barato e começa a substituir o mel nas receitas.
As grandes navegações e o intercâmbio alimentar
Uma das coisas que mais me encanta quando estudo gastronomia é o chamado “intercâmbio colombiano”. Imagine só: quando os europeus chegaram à América, levaram consigo trigo, uva, gado… E, em troca, descobriram alimentos como milho, batata, tomate, cacau e pimenta.
Fico sempre maravilhada ao pensar que, sem esse intercâmbio, a Itália não teria molho de tomate, a Suíça não faria chocolate e o Brasil não teria feijão!
🌎 Mapa: Rotas do Intercâmbio Alimentar
Esse mapa é a prova de que a gastronomia sempre foi movimento, mistura, transformação.

O nascimento da gastronomia como arte
Foi só a partir do século XVII que a gastronomia passou a ser considerada uma arte. A França teve um papel fundamental nisso, com a criação da “haute cuisine” — a alta gastronomia. Os chefs começaram a ser vistos como artistas e surgiram técnicas refinadas que até hoje usamos.
Os franceses exercem uma forte influência na gastronomia mundial. Eles comiam pouco pão e pouca fruta; muita carne e todos os tipos de patê.
Além disso, os franceses foram influenciados pelos italianos, começaram a preparar crepes, massas, carne de vitela e de veado;
Também surgiram biscoitos de amêndoas, pudins de ovos, sorvetes e aperitivos gelados. Foi a partir daqui que os doces passam a fazer parte do dia a dia na mesa.
As grandes contribuições desta época foram:
- O surgimento das tabernas, que tinham um menu servido em hora determinada;
- Os cafés, que se espalharam por toda Paris, popularizando o habito de tomar café, chocolate quente e chás,
- O surgimento do champagne;
- A invenção do molho bechamel (molho feito à base de leite, manteiga, trigo, sal e noz moscada);
- A utilização da mistura de frutas e açúcar aos pratos salgados.
Então gastronomia não é só sabor, mas também estética, emoção, experiência.
Histórico da Gastronomia no Mundo na Idade Contemporânea
Podemos dizer que já no início deste período, a cozinha passou por um aprimoramento e sofisticação, e a gastronomia francesa invadiu o mundo.
Foi nesta época, também, que surgiu o maior cozinheiro francês, Antoine Carême, renovador da arte culinária, que enfatizava a delicadeza, ordem e economia. Sendo assim, a gastronomia entrou no caminho do aperfeiçoamento.
Então nessa época a França passou por dois períodos distintos:
- um durante Napoleão Bonaparte que detestava o requinte da comida francesa e preferia a comida italiana;
- pós-Bonaparte, onde a França passou por um período chamado de restauração, voltando o requinte da culinária francesa.
Foi nessa época que os menus começaram a invadir os restaurantes da Europa cada vez mais luxuosos e artísticos, com o intuito de informar aos clientes o que havia para comer e beber.
Histórico da Gastronomia no Mundo após revolução francesa
Então nessa fase, os chefs de cozinha passaram a trabalhar em restaurantes ou a abrir as suas próprias casas, pois tinham perdido seus empregos nos palácios da nobreza, já que ela ficou enfraquecida após a revolução francesa.
Tudo isso, fez nascer a cozinha burguesa, que misturava os aromas do campo com a elegância da alta gastronomia, combinando a gastronomia da terra com a gastronomia de laboratório. Sendo assim, a cozinha se internacionalizou e passou a ser modificada internacionalmente.
O objetivo é proporcionar uma completa experiência sensorial. Então suas principais características são:
- apresentação diferenciada;
- releitura de receitas tradicionais;
- apoio tecnológico;
- variedade de sabores.
- Valoriza os ingredientes frescos, orgânicos e regionais;
Grandes chefs e restaurantes premiados utilizam técnicas como o cozimento a vácuo, o sous vide.
Sous Vide: Técnica aplicada a produtos crus ou cozidos, de boa qualidade microbiológica, acondicionados sob atmosfera controlada (à vácuo ou com gás inerte) em envelopes plásticos transparentes e em condições de higiene e temperatura rigorosas.
Os dois equipamentos necessários para cozinhar sous vide são Selador à vácuo e circulador de Imersão. Os princípios básicos que definem sous vide como culinária são:
- Pressão, temperatura e tempo.
- Selar o alimento no plástico e tirar todo o ar da embalagem para que a água que envolve o alimento aqueça toda a peça de maneira uniforme.
- A finalização pode ser a cocção na chapa
Histórico da Gastronomia no Brasil
Então agora chegou a parte que eu mais amo contar: a nossa história gastronômica brasileira.
O Brasil é uma das cozinhas mais ricas e diversificadas do mundo — e não é exagero! A nossa gastronomia nasceu do encontro de várias culturas:
Indígena:
Os primeiros habitantes nos ensinaram o uso da mandioca, do peixe, de frutas como açaí e cupuaçu. Os Índios que viviam da natureza utilizavam como base na alimentação: peixes, carne de caça, mandioca, milho, frutas, variedade de legumes e tubérculos. Além disso:
- O condimento essencial usado por eles era a pimenta;
- As carnes eram assadas;
- Produziam bebida alcoólica a partir de fermentação da mandioca e também produziam vinhos através de frutas como o caju;
- A mandioca é uma planta nativa da América, constituía o principal produto agrícola dos índios, mesmo antes dos colonizadores. Por meio dela se fazia a farinha e preparações a base da mandioca;
- Com o milho se preparava a pamonha e a canjica;
- Se fazia a passoca, um composto de farinha e carne assada pisada em pilão;
Africana:
Com a chegada forçada de milhões de africanos, vieram ingredientes como o dendê, o quiabo e técnicas como o refogado.
O milho era um dos alimentos mais utilizados na alimentação dos escravos, e foi daí que surgiu o fubá, o angu o cuscuz, a pamonha. Além disso:
- A feijoada, nascida nas senzalas e feita a partir das sobras de carnes das refeições que alimentavam os senhores;
- O uso do azeite de dendê, leite de coco, temperos e pimentas;
- É extensa a lista de comidas que têm influência africana e que estão no cardápio dos brasileiros.
- Ex: Vatapá, feijoada, cocada, acarajé.
- Dentre as diversas plantas alimentares que nesse período vieram do Continente Africano para cá, as mais comuns foram quiabo, inhame, erva-doce, gengibre, açafrão, gergelim, amendoim africano, melancia, banana e coco;
- A influência cultural africana manifestou-se em todo o Nordeste, embora seja mais expressiva em Salvador, pois foi essa a primeira grande cidade do Brasil e capital da colônia até 1763, quando a sede do governo foi transferida para o Rio de Janeiro
Portugueses:
Quando os Portugueses chegaram ao Brasil, trouxeram bois, vacas, ovelhas, porcos, galinhas, patos; diversos frutos, legumes e temperos (cravo-da-índia, erva-doce, canela … ). Além disso:
- Faziam os caldos, os ensopados, as caldeiradas…
- O pirão surgiu quando os portugueses resolveram utilizar suas técnicas culinárias e adicionar caldos à farinha de mandioca, que era o alimento do dia a dia;
- Período do Ciclo da cana-de-açúcar – Criação dos doces;
- A maior contribuição da cozinha portuguesa, certamente foram os doces: pão de ló, folhados, sonhos, baba de moça, doce de ovos, gemada, nhá benta, cremes e manjares.
- Eles influenciaram nos os cardápios, as receitas, a decoração, modos de preparar, temperar e conservar. Além da uso de utensílios, horários de refeição, sequência dos pratos;
Outras influencias:
Os colonizadores trouxeram o trigo, o vinho, o gado e hábitos como o cozimento em panelas de ferro. Então após a independência, o Brasil passou a sofrer a influência de outros povos, povos esses que vão ter maior ou menor influência de acordo com a região do país, como os franceses, ingleses, alemães, açorianos, suíços e italianos.
Os franceses contribuíram com todas as suas técnicas e riqueza gastronômica, alemães com seus pães e doces, e os italianos apresentaram ao povo brasileiro toda uma infinidade de massas.
A culinária brasileira é produto da tradição cultural, dos valores da população, bem como da localização geográfica da região em questão.
As diversificadas preparações surgiram em função da cultura indígena, africana, dos grupos europeus que colonizaram determinadas regiões, da proximidade com rios ou com o mar, e até mesmo das condições pluviométricas e do solo;
- E o resultado? Um caldeirão incrível de sabores!
- 📊 Planilha: Heranças Culturais na Gastronomia Brasileira
Origem Ingredientes/Pratos Indígena Mandioca, tacacá, beiju Africana Acarajé, vatapá, feijoada Europeia Pão, carne de churrasco, vinho - É ou não é uma mistura de dar água na boca? 😋
Conclusão
A gastronomia no mundo e no brasil de hoje é a mistura da tradição com a inovação.
Hoje, o Brasil é reconhecido mundialmente pela sua gastronomia. Eu fico super orgulhosa quando vejo chefs como Alex Atala ou Helena Rizzo mostrando o potencial dos ingredientes nativos, com pratos sofisticados que respeitam a nossa biodiversidade.
E o mais legal é que essa gastronomia de excelência anda lado a lado com a cozinha do dia a dia: o PF com arroz, feijão e bife, o pastel na feira, a coxinha na padaria. Tudo isso é parte da nossa identidade.
Então olhando pra toda essa história, eu percebo como a gastronomia é muito mais do que alimentação. Ela é memória, identidade, resistência, afeto. Cada prato que comemos carrega séculos de histórias, de encontros e de trocas.
E agora eu te pergunto:
👉 Qual prato da sua infância mais te marca até hoje?
👉 Já parou pra pensar de onde vieram os ingredientes que você usa todo dia?
Conta pra mim nos comentários! Vou adorar conhecer a sua história também. 💬
E se você gostou deste artigo, compartilha com quem ama gastronomia, história ou simplesmente adora comer bem. Vamos espalhar mais essa ideia de que comida também é cultura, é viagem, é aprendizado!
Até o próximo papo (que com certeza será saboroso)!