Gastronomia em eventos e modalidades de serviços de mesa

Se tem uma coisa que eu aprendi trabalhando com gastronomia é que a comida é só parte da experiência. Parece até estranho eu dizer isso, afinal, é o prato que todo mundo fotografa e posta nas redes sociais, mas… acredite em mim: em um evento, o jeito como a comida é servida, o clima criado e a interação entre os convidados são tão importantes quanto o sabor.

Então hoje quero conversar com você sobre um tema que eu amo: gastronomia em eventos e as diferentes modalidades de serviço de mesa.

Vou compartilhar minhas experiências, curiosidades e até algumas gafes (sim, já passei por cada situação!) para mostrar como um simples jantar pode se transformar em um momento inesquecível — ou num desastre, se for mal planejado.

E, claro, vou adorar saber a sua opinião no final!

Além disso, quero que você comente, compartilhe com aquela pessoa que adora organizar eventos e, quem sabe, até marque seu amigo que sempre fala “deixa que eu faço a comida” quando rola uma reunião.

Gastronomia em eventos: mais que alimentar, é encantar

Quando falo sobre gastronomia em eventos, estou falando de uma missão muito maior que preparar comida boa. É sobre criar experiências.

Então pense comigo: quando você vai a um casamento, lembra só do bolo? Provavelmente não. Você lembra da decoração, da música, da alegria dos noivos e… do jeito como a comida foi apresentada.

Talvez tenha sido um jantar elegante servido à francesa, ou um buffet descontraído em que todo mundo podia se servir à vontade.

Eu mesma já organizei eventos em que o prato principal nem era o mais elaborado, mas o clima e o cuidado com os detalhes fizeram todos saírem encantados. O segredo está na combinação entre sabor, estética e acolhimento.

Tipos de eventos e a escolha do serviço

Cada evento tem sua cara, seu ritmo e seu público. E é aí que entra a escolha da modalidade de serviço de mesa. Então ela pode mudar completamente a experiência.

1. Jantares formais

São aqueles eventos que pedem etiqueta, como banquetes, casamentos de gala e formaturas. Geralmente usamos serviço à francesa ou à inglesa, que já vou explicar mais pra frente.

2. Coquetéis e recepções

Mais descontraídos, com finger foods, mini porções e bebidas circulando. Aqui, o serviço volante brilha.

As empresas optam por este tipo de serviço em eventos para clientes, lançamento de um livro, de um produto, de uma nova filial, desfiles de uma nova coleção;

Então é importante calcular:

• doze salgados e seis doces por pessoa;
• como opções de bebida: água, refrigerante e espumante.

3. Almoços e jantar corporativos

Normalmente pedem praticidade, então o buffet ou o self-service assistido são ótimas opções.

Algumas empresas optam por fazer um jantar para seus funcionários, para comemorar fim de ano, Natal etc.

Então podemos optar, dependendo do tamanho da empresa e da verba disponível para gastar, por um buffet de massas ou um buffet de pizzas.

Sugestão de cardápio:

• Salada de folhas (dois tipos)
• Salpicão
• Tábua de queijos
• Salaminho
• Frutas fatiadas
• Massa recheada (canelonni, rondelli)
• Arroz branco
• Risoto
• Fricassê de frango
• Mignon ao molho madeira
• Batata rústica
• Legumes na manteiga
• Para sobremesa pode ser uma torta gelada e uma mesa de doces;
• Sugestões de bebidas: Água, refrigerante, cerveja e vinho.

Então é importante lembrar que optar por produtos da região e frutas e legumes da estação facilita bastante o preparo dos pratos e diminui os custos do evento.

Calcule em média

• 120 gramas vegetais por pessoa
• 120 gramas de frutas por pessoa
• 100 a 150 gramas de massa por pessoa
• 120 a 200 gramas de carne, peixe ou frango por pessoa
• 100 a 150 gramas de arroz por pessoa

4. Festas familiares ou informais

Dependendo do tamanho, podem ser mais simples, mas mesmo assim dá pra usar truques da gastronomia profissional para surpreender.

Modalidades de serviço de mesa: a magia nos bastidores

Agora, vamos entrar no coração do assunto: os tipos de serviço. Eu vou explicar de um jeito leve, porque sei que nomes como “à francesa” e “à inglesa” parecem saídos de um manual chato de hotelaria, mas acredite: quando você entende a lógica, tudo faz sentido.

1. Serviço à francesa

Clássico, elegante e perfeito para eventos de gala. É um serviço muito utilizado em Casamentos, Bodas, Noivados, Encontros formais.

Então os lugares à mesa são marcados com porta cartões , onde consta o nome de cada um à frente do local onde deve se sentar.

O mesmo começa servindo a mulher sentada ao lado direito do anfitrião (a convidada de honra), em seguida todas as mulheres, os homens, e por último o anfitrião.

Deve trazer a bandeja à esquerda do convidado, para que ele mesmo se sirva com um talher de serviço.

No serviço à francesa, o garçom apresenta a travessa ao convidado, que se serve diretamente dela. É chique, mas também exige mais tempo e equipe treinada. Eu adoro usar quando quero criar uma atmosfera sofisticada.

2. Serviço à inglesa

Aqui, o garçom serve o prato no próprio lugar do convidado, usando talheres para transferir a comida da travessa para o prato. É super refinado e evita filas.

Apresenta dois tipos: serviço à inglesa direto e o serviço à inglesa indireto.

À Inglesa Direto:

• Serviço muito utilizado em banquetes;
• As iguarias colocadas em travessa na cozinha, o garçom tem o cuidado de apresentar aos comensais antes de servir;
• Então as preparações são apresentadas ao cliente e servidas pela esquerda, com a travessa na mão esquerda e o talher de serviço na mão direita, fazendo um alicate.
• Serviço muito utilizado em restaurantes alta gastronomia;
• Esta modalidade de serviço consiste em compor o prato, a ser servido ao cliente, no guéridon (carrinho de serviço);

À Inglesa Indireto:

Na execução desta modalidade de serviço o garçom segue a seguinte rotina:

• Colocar os pratos sobre o guéridon. Trazer da cozinha a travessa com as iguarias, apresentando-as ao comensal, pelo lado esquerdo.
• Colocar a travessa sobre o guéridon, passando a compor o prato para cada cliente, com o auxílio de uma colher na mão direita e de um garfo na mão esquerda.
• Transportar o prato a ser servido, ter o cuidado de manter o dedo polegar bem na borda do mesmo.
• Coloca os pratos ao cliente pelo lado direito deste.

3. Serviço americano (ou empratado)

Nesse modelo, os pratos já chegam montados da cozinha, prontos para serem degustados, cada prato do cardápio deve ser sempre apresentada da mesma forma.

Então o garçom transporta os pratos em tabuleiros e coloca-os pela direita do cliente (o mesmo lado em que as bebidas são servidas e os pratos usados são retirados).

É o sistema mais adequado quando se trata de uma refeição formal, com a sucessão de vários pratos, em que não conta a quantidade de comida, mas a qualidade.

Ao fim de cada estágio os talheres usados são removidos junto com o prato, e novos são trazidos para o estágio seguinte.

É rápido, bonito e ótimo para destacar a apresentação do chef. Eu uso bastante em eventos menores, onde cada prato é quase uma obra de arte.

4. Buffet

Quer liberdade? O buffet é perfeito. As pessoas se servem sozinhas, escolhem o que querem e na quantidade que preferem. É democrático e funciona bem em eventos com muitos convidados.

Então neste tipo de serviço, o próprio cliente vai buscar os alimentos que deseja, geralmente dispostos em um buffet. O self-service é, em primeiro lugar, uma decorrência da vida moderna;

É um tipo de serviço que reduz consideravelmente a necessidade de mão-de-obra, porém diminui também a qualidade do serviço prestado;

Então o self-service apresenta algumas vantagens, o cliente encontra preços atraentes, rapidez no atendimento e opções de alimentos variados que podem ser vistos e escolhidos na hora.

5. Serviço volante

O queridinho dos coquetéis. Os garçons circulam com bandejas oferecendo pequenas porções, canapés, mini sanduíches… Ideal para eventos onde o foco é socializar.

6. Serviço misto

Mistura de dois ou mais estilos. Já organizei casamento com entrada servida à francesa e prato principal no buffet — e funcionou muito bem!

Os bastidores que ninguém vê

Por trás de um serviço impecável, existe muito planejamento. Desde o layout das mesas até o treinamento da equipe, tudo influencia. Então eu sempre digo: evento bom é aquele em que o convidado nem percebe o trabalho que deu para acontecer.

Algumas dicas que aprendi na prática:

• Conheça seu público: não adianta oferecer um jantar à francesa se os convidados querem dançar a noite toda.
• Calcule bem as quantidades: falta de comida é desastre, mas excesso também é desperdício.
• Treine a equipe: um garçom seguro e educado muda tudo.
• Planeje o fluxo: nada de filas intermináveis ou gargalos no buffet.

Tendências que estão mudando o jogo

O mundo dos eventos e da gastronomia não para. Então hoje, vejo crescer:

• Menus sustentáveis: uso de ingredientes locais e sazonais.
• Gastronomia temática: eventos que contam histórias através da comida.
• Serviços interativos: como ilhas de preparo ao vivo, onde o convidado vê o prato sendo finalizado.

Eu amo quando a comida vira parte da diversão. Já fiz evento com estação de massa fresca, onde cada convidado escolhia o molho e acompanhava o preparo — foi um sucesso!

Conclusão: o prato é só o começo

Depois de tantos anos nesse universo, posso dizer que gastronomia em eventos é como orquestrar uma sinfonia. Então cada modalidade de serviço é um instrumento, cada prato é uma melodia e o conjunto é o que faz a música tocar no coração de quem participa.

E você? Já participou de algum evento em que o serviço fez toda a diferença? Ou já viveu alguma situação engraçada (ou desastrosa) na hora de comer? Quero muito saber!

Então deixe seu comentário aqui, compartilhe este artigo com seus amigos e vamos espalhar essa ideia de que comer bem é mais do que ter um prato bonito na frente — é viver uma experiência completa.