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Educação Alimentar e Nutricional nas escolas

 

Educação Alimentar e Nutricional nas escolas: quando o PNAE vai muito além da merenda 🍎📚

Hoje vamos ver como funciona a Educação Alimentar e Nutricional nas escolas. Eu digo que essa é a melhor parte do PNAE. Fazer Educação Alimentar dá trabalho mas o contato com as crianças depois é muito bom.

Eu sempre achei que o maior impacto do PNAE estivesse no prato. E realmente, garantir uma refeição saudável e equilibrada para milhões de crianças todos os dias é um feito enorme.

Mas com o tempo, fui percebendo que o PNAE não se limita à alimentação. Ele também é uma ferramenta de educação — e isso, pra mim, é o que torna tudo ainda mais bonito.

A alimentação escolar pode (e deve!) ser um momento pedagógico.
Não se trata apenas de servir o alimento… mas de ensinar por que ele está ali, de onde ele vem, por que faz bem e de que forma pode ser aproveitado dentro e fora da escola.

Isso é o que chamamos de Educação Alimentar e Nutricional (EAN) — e hoje quero dividir com você estratégias e exemplos que eu já vi acontecer na prática e que fazem muita diferença no dia a dia das crianças.


O que é EAN dentro do PNAE?

De acordo com a própria legislação, a Educação Alimentar e Nutricional é obrigatória dentro do PNAE.

Mas não é uma “disciplina separado” no quadro de horários. Ela acontece de maneira transversal, ou seja, pode (e deve) ser trabalhada em todas as áreas: ciências, geografia, português, matemática, artes…

E o mais legal é que podemos usar a própria merenda escolar como ponto de partida para essas ações.


🌱 Por que isso é tão importante?

Porque alimentação saudável se aprende desde cedo. Pois se a criança cresce entendendo o valor dos alimentos naturais, aprendendo a provar legumes, vendo a fruta como algo gostoso e não como castigo, as chances de levar isso para a vida adulta são muito maiores.

Eu costumo dizer que EAN é como plantar uma semente. Talvez o resultado não apareça de imediato, mas um dia floresce – às vezes dentro da própria família, quando o aluno reproduz em casa o que aprendeu na escola (“Mãe, hoje comi couve na merenda e era gostoso!”).


🌽 Estratégias práticas que dão certo nas escolas

Abaixo listei algumas das ações que já coloquei em prática (e outras que vi colegas utilizando com muito sucesso):

1 Oficinas culinárias com os alunos

Pode parecer simples, mas colocar as crianças para preparar uma salada de frutas, um bolo de abóbora com coco, um pão de queijo com mandioquinha ou um sanduíche natural transforma completamente a relação delas com a comida.

Quando elas participam do preparo, ficam muito mais abertas a experimentar.

2 Horta escolar

Esse é, pra mim, um dos melhores projetos dentro do PNAE.
As crianças plantam, regam, veem o alimento crescer e, depois, consomem na merenda. Nada mais educativo do que entender que a couve não nasce picada dentro do panelão, né? 😄

3 “Dia da fruta”

Uma vez por semana, cada turma apresenta uma fruta diferente. Pode ser fruta típica da região ou algo que os alunos ainda não conhecem. Eles pesquisam, apresentam para os colegas, e depois… degustam!

4 Painel de “origem dos alimentos”

Em sala de aula, os alunos montam um mural com o desenho do Brasil e vão colando cardápios regionais, mostrando de onde vem o feijão, o milho, o açaí, o pinhão…
Isso ajuda a trabalhar conteúdos de geografia, cultura e alimentação ao mesmo tempo.

5 Degustação surpresa

Uma estratégia que uso muito!
Escolhemos um alimento pouco aceito (tipo abóbora) e fazemos uma preparação diferente, saborosa. Servimos em porções bem pequenas, só para degustação. Sem pressão.
Quando a criança prova sem “medo”, as chances de aceitação aumentam bastante.

Educação Alimentar e Nutricional nas escolas
Educação Alimentar e Nutricional nas escolas

👩🏼‍🍳 E o papel das merendeiras?

Sabe quando dizem que a cozinha é o coração da casa?
Nas escolas é a mesma coisa – e as merendeiras são parte essencial do processo de educação alimentar.

Por isso, sempre que posso, incluo as merendeiras nas ações. Elas contam de onde aprenderam aquela receita, explicam como prepararam tal alimento, conversam com os alunos…

Muitas vezes, isso quebra a resistência das crianças e aproxima a merenda da afetividade.


Experiência real: feira de alimentação na escola (e foi um sucesso!)

Quando participava de um projeto de Educação Nutricional em creches do meus Estado, fizemos uma feira de alimentação regional

Compramos barracas pequenas de madeira, alimentos, aventais e toucas. Pedimos para alguns alunos fingirem estar vendendo os alimentos e falando os nomes dos alimentos e seus benefícios.

Nesse dia todos os alunos estavam no pátio olhando, conhecendo e participando da ação. 

Resultado:
✔ as crianças conheceram novos alimentos;
✔ as famílias se envolveram na ação;
✔ e a merenda escolar foi valorizada como parte do projeto pedagógico.


⚠️ Dificuldades que muita gente enfrenta

Nem tudo é simples — e a gente sabe. Então muitas vezes faltam:

  • tempo dentro da rotina do nutricionista no PNAE;
  • apoio dos professores (que já estão com excesso de atividades);
  • material ou recursos para as oficinas e hortas;
  • formação adequada das equipes sobre EAN.

Mas mesmo assim, pequenas ações já fazem diferença.
Então uma conversa rápida na fila da merenda, um cartaz com curiosidades sobre o alimento do dia, um jogo de adivinhação na hora do recreio…
Tudo isso JÁ É EDUCAÇÃO ALIMENTAR.


✅ Dicas para começar mesmo quando a escola é pequena

✔ Comece com 1 turma (não precisa envolver a escola toda de uma vez)
✔ Escolha um alimento da merenda daquela semana e trabalhe em cima dele
✔ Use materiais simples: cartolina, revistas, caixinhas reaproveitadas
✔ Então participe junto. Quando o adulto prova — a criança se sente segura para provar também 💛


Conclusão – merenda também é aula 💡

Se eu pudesse resumir tudo em uma frase, seria:
a educação alimentar dentro do PNAE é uma oportunidade diária de transformar a relação da criança com o alimento.

É um trabalho silencioso, que acontece ali entre o prato e a curiosidade da criança, mas com impacto gigantesco.

Não é sobre ensinar a comer brócolis “porque faz bem”.
É sobre mostrar que o brócolis tem sabor, tem história, tem uma função no corpo — e que pode ser tão gostoso quanto qualquer outro alimento.

Então agora me conta:
👉 Na sua escola (ou no seu município), já existe alguma ação de educação alimentar dentro do PNAE?
👉 Qual foi a estratégia que mais deu certo (ou que você tem vontade de colocar em prática)?

Escreve nos comentários! E se esse artigo te inspirou de alguma forma, compartilhe com outras pessoas da área da educação e da nutrição. Quando a gente troca experiências, o nosso trabalho se fortalece 🍎💬

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